quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O medo


O medo...
Quando seu coração está congelando
O medo...
Quando seus passos tendem a parar
O medo...

Quando você está se acabando
O medo...
Quando não sabe onde vai chegar
O medo...
Quando o medo cega cada parte do seu ser
Quando você não sabe o que fazer, porque só tem...
O medo...
Sua vida costumava ser tão adorável
Por que de uma hora para outra se tornou insustentável?
Seus amigos foram embora
Sua família lhe virou as costas
Você só tem o medo agora
O medo...
O que será de você com o medo?
Você não tem novidades
Você não tem nenhum segredo
Sua vida foi violada
Você perdeu sua identidade
Quem é você?
Por que se deixo vencer
Na cilada do medo...
Seus olhos eram como os de uma criança
Mas os olhos céticos de um corvo tomaram seu lugar
Você se perdeu nessa dança
Para com o medo dançar
Como um bezerro, de joelhos implora a vida
Mas para quem?
Você não tem mais ninguém
Você só tem o medo
Você o deixou vencer
Não há mais nada a fazer
Se você não quer se ajudar
Entregar-se ao medo é tão mais fácil, não é mesmo?
O fim está próximo, tudo vai acabar
Você só fica sentado, com medo
Você está acabado com esse seu medo
Olhe ao redor
Seus lábios sangrentos
Seus braços sedentos
E seu medo, nada pior
Nada pior que seu medo
Como em uma pequena oração
Você apodrece lentamente
E mais rápido, e muito mais rápido
Em cada pensamento, em cada ação
Com o seu medo imbecil
Olhe, como ele foi gentil
Te levando a loucura
Faça duas vezes, três, quatro, cinco, seis, sete...
Não pare, ou você vai morrer
Faça de novo, vai lá, repete
Ou você vai morrer
E o que você vai fazer?
Com medo...
Nada, nada se pode fazer
Tão belo quanto rosas murchas em um mausoléu
O medo se apossa do seu ser
Injetando em você toda sua essência
Todo o seu fel
O seu medo te mata aos poucos
E quando os abutres voarem sobre sua cabeça
Espero que de seu fiel amigo você não esqueça...
O medo...

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