sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Devaneios do luar...


Por fora da janela do meu quarto há um mundo que eu ainda não conquistei...
A lua brilha no céu, rainha da noite, da mais pura beleza, eu, simples mortal, sentado em minha cama, como uma pedra observo seu exuberante domínio sobre tudo. Às vezes temos que esperar escurecer para termos as coisas mais belas, é assim em tudo.
O vento sopra, os galhos das arvores vão e vem, mas eu permaneço como uma pedra , uma solitária pedra. Nuvens tentam ofuscar a beleza da lua, mas o mesmo vento que as põe, as tira.
Queria ser uma estrela, mas para que? Entregaria-te todo o meu brilho, como sempre fiz, por que seria diferente agora? Meu peito que de vazio está cheio, sangra. Cada lágrima, cada palavra, tudo foi em vão, mas apesar de tudo, eu continuo aqui, como uma pedra, uma inútil pedra.
Meu corpo seminu reflete a luz branca da lua que adentra a janela, deixando minha pele ainda mais alva. Sinto-me parte da suprema rainha da noite. Rolo em minha cama... Tudo foi inútil?
O que posso fazer? Não dá para ajudar quem não quer se ajudar.  O vento sopra, os galhos se movem ameaçando linda partida, mas assim que o vento para, eles voltam para o mesmo lugar, ficando estáticos, faz sentido!
Para que me prender se posso ser livre, deixando assim que o vento me leve. As nuvens desaparecem rapidamente, talvez tenham ficado com vergonha, pois a lua, agora com o céu limpo está cada vez mais bela e as poucas estrelas que estão em sua volta contemplam-na como uma divindade.
Por que afastei as pessoas de mim? Eu vejo janelas, pessoas passam, mas eu não vejo nada. Quem são? O que são? Por que são? Meu ponto cego! Pessoas vivem, simplesmente vivem, por que eu também não posso apenas viver? Sentimentos vão e vem como as nuvens, minhas palavras são como o vento, as pessoas são como as estrelas estão sempre lá, às vezes umas, outras vezes outras, mas estão lá, já eu sou como a lua... Único! Mas prefiro aceitar a infeliz idéia de ser como uma pedra, porém tudo vai mudar... Vai mudar!

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